Assim como existe o Banco de Leite, onde as mães que estão amamentando podem doar leite, o Banco de Sangue, que capta doadores de qualquer tipo sanguíneo, há também o Banco de Dentes Humanos. Neste, a doação de dentes é a principal função.
Qualquer pessoa pode fazer a doação de dente para o Banco. Crianças podem doar seus dentinhos de leite. Adolescentes podem doar os dentes que extraem, como os dentes do “siso”. Adultos podem fazer a doação de dentes permanentes extraídos. E pessoas que trabalham na área odontológica como dentistas, auxiliares e atendentes que trabalham tanto nos consultórios particulares como na rede pública, também podem doar dentes ou restos dentários extraídos.
Os dentes doados são usados para estudo e pesquisas na área odontológica. Alunos de graduação em odontologia usam os dentes doados para ter conhecimento da estrutura do dente, para aprender técnicas de restauração, tratamento de canal, prótese, anatomia externa e interna do dente. Além disso, pesquisas em odontologia podem ser feitas com dentes do Banco de Dentes Humanos. Qualquer profissional habilitado pode dispor desses dentes para conduzir algum estudo científico, além dos próprios acadêmicos poderem utilizá-los para trabalhos científicos e trabalhos de conclusão de curso.
O Banco de Dentes Humanos já é realidade no Brasil desde 1996. O primeiro Banco foi criado vinculado à Faculdade de Odontologia da USP, em São Paulo. E, no nosso Estado, já podemos ter os benefícios dessa instituição.
Com o Banco de Dentes Humanos, dois grandes problemas começam a ser solucionados: a falta de doadores de órgãos e o comércio ilegal de dentes.
Quando crianças fazem a doação de seus dentinhos de leite caídos ou extraídos, elas já começam a se familiarizar com a ideia de doação de órgãos, já que o dente é um órgão do nosso corpo. E há necessidade, no Brasil, de um número maior de doadores de órgão, pois, infelizmente, a doação de órgãos no nosso país ainda é vista com restrições por muitas famílias. Uma criança que doa seu dentinho hoje, pode se tornar uma doadora de outros órgãos no futuro.
O outro ponto importante é a legalização dos dentes doados ao Banco. É comum em várias cidades do Brasil a violação de sepulturas para aquisição de crânios e dentes a pedido de estudantes de odontologia. E o código penal prevê pena de reclusão para os envolvidos nessas situações. Com o Banco de Dentes Humanos, acadêmicos e pesquisadores podem se beneficiar com a legalidade dos órgãos dentários para desenvolver trabalhos científicos.
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