Cárie Oculta

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Quando examinamos um paciente que perdeu alguns ou todos os dentes, sempre perguntamos qual foi a causa da perda dos dentes. É de surpreender a quantidade de gente que fala que estava com muita dor, que pediu que tirasse o dente tamanho era o desconforto, mas que tem certeza de que não possuía nenhum dente “furado”.

Essas situações deixam o dentista intrigado. Há basicamente três caminhos prováveis que o dentista pode pensar para as causas dessa dor: problema periodontal, nevralgia ou cárie oculta. Essa última é a que menos é lembrada para tentar explicar tais situações. Mas possivelmente, ao lado da doença periodontal, são as mais comuns de acontecer.

A doença periodontal é um problema gengival severo que leva à perda de estruturas de suporte do dente. Nesse tipo de doença, as bactérias proliferam através de um pequeno espaço existente entre o dente e a gengiva, causando a destruição da gengiva e do osso. Com isso, o dente começa a amolecer e, se não tratado, é perdido como se fosse um dente de leite na época de troca. Como o dente não fica abalado na sua estrutura aparente -coroa dental-, o paciente acha que não há doença instalada.

A nevralgia é uma dor sem causa local. Vem acompanhando um tronco nervoso e se manifesta de várias formas, uma delas é a dor de dente. Na tentativa de resolver a situação, muitos optam por tirar o dente, achado que a dor está dentro dele, quando, na verdade, está no nervo todo. Assim, mesmo tirando o dente, a dor não para.

E a outra forma de explicação para a tal situação é a cárie oculta. Esse tipo de cárie recebe esse nome porque ela não fica aparente, não é facilmente perceptível. Ela se inicia na superfície dentária, mas se espalha internamente, ficando difícil o diagnóstico.

Já que os dente apresentam vários pequenos sulcos (como se fossem pequenas valas) e inúmeras reentrâncias, as bactérias causadoras da cárie se instalam nesses lugares com bastante facilidade. Uma higienização um pouco deficiente ou mesmo com a impossibilidade de limpar dentro desses acidentes anatômicos, ocorre uma proliferação bacteriana, levando à instalação do processo da cárie.

A cavidade da cárie vai se formando internamente, sem afetar significativamente a parte visível do dente.  Toda a estrutura dental da região se fragiliza e somente um bom exame clínico associado a radiografias podem detectar o problema.

Para o paciente, o que parece é que o dente dói muito sem estar cariado. Mas a radiografia pode mostrar a extensão do problema, justificando a dor se houver proximidade da cárie com o nervinho do dente.

Assim, é possível que o dente esteja severamente comprometido por cárie sem que isto esteja visível a olhos destreinados. Somente um dentista competente e treinado consegue diagnosticar o problema e sugerir a melhor forma de reconstrução dentária.

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